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Natal em Cena

Esse projeto, realizado pela Prefeitura de Natal, tem o objetivo de exibir espetáculos teatrais para o público natalense. O período de exibição das peças foi de 04/12 até 25/12. Os nossos integrantes estavam presentes em alguns dos espetáculos e escreverem comentários sobre.

Céu de Estrelas

 

Com narrativa singular e proposta de intervenção formidável, o espetáculo “Céu de Estrelas” veio para mostrar a todo e qualquer tipo de público que é imprescindível enfrentarmos as dificuldades da vida com a maior leveza possível. Este, por sua vez, narra a vida de um garoto vendedor de fogos de artifício que, em véspera de Natal, se vê abandonado à própria inércia, até que é surpreendido por um dos assistentes de Papai Noel.

Além de trama envolvente, os atores contaram com uma iluminação, um figurino e uma sonoplastia tão espetaculares que, em certo ponto, tornou-se difícil discernir o real do encenado.

É de extrema importância ressaltarmos que no elenco estavam presentes pessoas que possuíam dificuldades físicas mas que enfrentaram-nas e serviram de exemplo, sem sobra de dúvidas, para grande parte do público presente.

 

 

Louise Serrano

Diálogo à Margem Ribeira

 

A peça começava falando sobre o amor, e depois foi apresentando os diversos “tipos” sociais do nosso país, ressaltando na maioria das vezes a pobreza e a marginalidade. É daquelas peças que fazem a pessoa parar e refletir sobre o assunto, no caso, a desigualdade social. O figurino tinha várias veias espalhadas pelo corpo que iam direto ao coração que eles estavam usando sobre o peito. O que mostrava o espaço em que se passava a história era a iluminação impecável, a sonoplastia e uma espécie de projeção nos tecidos ao fundo do palco. O espetáculo em si tinha partes sérias e cômicas, que vidravam e divertiam o público. Deu pra entender um pouco mais de como funciona os elementos do teatro, de ter uma noção de como usá-los, enfim, foi bastante legal. 

 

 

Francisco Souza

Céu de Estrelas

 

A obra idealizada pela Cia Gira Dança em parceria com a Tropa Trupe, denominada de “Céu de Estrelas”, traz para o público infantil uma apresentação com cor, dança, dinamismo e elementos circenses.

A trama retrata a história de um menino que vive pela Ribeira vendendo fogos de artifício. Um dia, ele faz um pedido e é surpreendido pela aparição de um agente secreto do Papai Noel, então, ele é levado para uma loja de brinquedos onde os brinquedos estão em busca de encenar a história do nascimento de Jesus.

Entre o elenco de 16 pessoas havia um cadeirante, uma deficiente visual, deficientes físicos não cadeirantes, com Síndrome de Down e outros sem deficiência, sendo assim, um dos temas latentes da peça é a inclusão. A peça também procura incentivar as crianças a brincarem mais como antigamente e deixar os dispositivos tecnológicos de lado. O espetáculo propõe superar as dificuldades da vida com leveza, simplicidade e alegria.

A sonoplastia, figurino, maquiagem, iluminação e cenário estavam impecáveis. Além disso, a arte cênica foi aliada com a arte visual, já que no início da peça foi mostrado uma introdução em formato de curta metragem.

 

 

Helena Nunes

Lamatown - Quando a lama virou mar

 

Lamatown é uma cidade onde todos os seus habitantes são ricos e por causa disso são felizes, como consequência os problemas sociais são inexistentes. Essa riqueza é fruto da lama medicinal presente no Lama Parque (local onde se localiza o mangue), cuja proprietária dele controla a cidade.  Toda a economia gira em torno dessa lama que os cidadãos podem utilizar de forma lucrativa e se banhar nela, ganhando pontos por isso, e servindo de exemplo aos turistas que compram tudo feito da lama.  Mas a verdade é que esta não possui poderes curativos, é tudo uma farsa criada pelas pessoas que detém o poder da cidade e no final é descoberto que a lama está contaminada, causando paralisia a quem tiver contato com a mesma. Toda a Lamatown está em clima de festa com a chegada do festival “Lamafest” e as autoridades se preocupam mais com o fato da noticia da infecção vazar para a impressa do que com toda a população infectada.

Além desse conflito há também o das lavadeiras que queriam ter as horas de trabalho reduzidas e o nome da profissão mudada e o dos estudantes que queriam o direito de protestar, de ficaram “putos”.

A peça é uma critica a sociedade atual, tratando de forma cômica e trágica as questões politicas-sociais que foram postas em foco nesse ano no país sendo o tema central a corrupção, pois ela retrata uma cidade corrompida em todos os setores por causa da ganância das pessoas.

Para reproduzir tudo isso, foi utilizado um personagem na forma de narrador, que quando este falava os outros “congelavam”. Ele narrava os problemas que sucumbiram à sociedade e como isso aconteceu, de acordo com cada cena. Os demais personagens eram capazes de tudo para conseguir seus objetivos, estando envolvidos em casos, dentre outros, de falsificação, suborno e manipulação. Os mesmos temiam a proprietária do mangue, esta que só aparece no final da peça representada por um mamulengo.

O cenário do espetáculo consistia em barris de lata e de uma porta giratória verticalmente que mudavam de lugar segundo a cena. Essa movimentação ocorria por meio dos atores que além de interpretar cantavam também, contribuindo para a sonoplastia ao vivo. Ao fundo do espaço teatral, localizava-se a banda responsável pela sonoplastia.  Os três tipos de iluminação foram utilizados.

O figurino era predominantemente azul, com toques de marrom, vermelho, preto e cinza, sendo o do narrador o único que não continha a cor azul.  A maquiagem ajudava a compor a caracterização do ator, pois em alguns casos, como o da filha da proprietária, teatralizava a fisionomia.

O espetáculo “Lamatown – Quando a lama virou mar”, realizado pela Casa da Ribeira, foi cheio de metáforas e ironias, que faz você refletir sobre a sociedade que vive e a que se quer viver. A obra estava impecável e maravilhosa. 

 

 

Thuanny Ramos

Lamatown - Quando a lama virou mar

 

A peça tinha como objetivo fazer uma crítica à política atual da nossa cidade (Natal/RN). Num cenário formado por latas de lixo e portas, a história começa a ser contada por uma espécie de narrador. Este é o responsável para explicar ao público o que está acontecendo, além de emitir suas opiniões. Ele faz o papel de um expectador que comenta quase todas as cenas.

A iluminação faz muito bem seu papel quando foca nos personagens que acabaram de se apresentar. Como também funciona durante toda a peça criando um clima de alegria e animação no início e, à medida em que o público vai conhecendo o lado "podre" daquela cidade, a iluminação se comporta de forma tensa e angustiante.

A sonoplastia funciona da mesma forma que a iluminação. Com o detalhe que a trilha sonora da peça é feita ao vivo. O que dá ainda uma característica encantadora à peça é que entre os atos, músicas que se encaixavam perfeitamente com a história eram cantadas pelos próprios atores. A cereja no bolo do espetáculo.

Os figurinos e maquiagens faziam o humor e embelezavam cada cena, os atores eram bem caracterizados. Um policial que tinha um símbolo que lembrava uma suástica no braço, as pessoas que possuíam uma condição maior financeira e eram o "poder" da cidade possuíam um lenço vermelho no pescoço.

Com uma atuação impecável, Lamatown gerou aplausos de pé do público. Esses que saíram da apresentação com uma nova visão sobre todo o universo da política e corrupção. E entenderam o significado da "lama" faz parte do dia a dia do brasileiro. Também entenderam que só poderiam haver mudanças numa cidade se o povo da mesma se interessasse por esses assuntos e fizesse sua parte. 

 

 

Lavinia Medeiros

Intempérie

Cia. Teatral

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